autoria do Pastor Antonio Regly (aregly@gmail.com), publicado com a devida autorização.
Recebi um email algum tempo atrás, no qual o remetente relatava alguns problemas que vinha enfrentando. Confidenciou que tentava preencher o seu vazio enviando mensagens alegres, bonitas, de otimismo, mas na realidade se sentia como alguém que está no fundo do poço, e precisava de ajuda. Respondi de imediato e falei-lhe de Jesus, o único que poderia preencher o seu vazio e tirá-la em definitivo do "fundo daquele poço": "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (Mateus 11:28; João 10:10 e 14:27).
Isso me fez lembrar do slide "Não tenho tempo". Ele descreve um jovem que tem uma vida hiperativa e "nunca tem tempo para nada e ninguém", possui um amigo que sempre lhe manda emails ou deixa recados na sua secretária eletrônica. Em algumas mensagens de voz dá para perceber nitidamente que o amigo está deveras embriagado, mal conseguindo pronunciar as palavras. Em outras ele procurar deixar coisas engraçadas, transparecendo estar de bem com a vida.
O jovem sem tempo nunca responde as mensagens, tampouco retorna a ligação para saber como está o seu amigo. E justificava sua atitude declarando para si mesmo: "Não tenho tempo".
Certa manhã o jovem sem tempo recebe um telefonema dizendo que seu amigo sofrera um grave acidente e acabara de falecer. Ele estava embriagado, batera com o carro e não sobreviveu à colisão. E é aí que o jovem sem tempo desperta e começa a perceber que os emails engraçados e os muitos recados embriagados na secretária eletrônica nada mais eram que pedidos de socorro do amigo, que vivia uma vida infeliz e tentava sufocar na bebida os inúmeros problemas que enfrentava no cotidiano. Naquele dia, contudo, ele teve de parar tudo o que tinha para fazer, teve de arranjar tempo, para ir ao sepultamento do amigo e prestar-lhe as últimas homenagens. Estas, já não tão importantes assim, pois o que o amigo precisava era de um pouco de tempo e atenção. Isto, sim, poderia ter-lhe salvado a vida.
Estamos vivendo em dois mundos ao mesmo tempo: o real e o virtual. Todavia, ambos são bastante reais, de sorte que não dá para vivermos sem dar a devida atenção aos dois. Com o advento da Internet, as pessoas pararam de enviar cartas e cartões, as comunicações interpessoais passaram a se chamar "virtuais", porém reais na sua maioria.
Sabe queridos? Do outro lado da linha telefônica, ou no endereço eletrônico da Internet, pode estar alguém desesperado, alguém sem esperança, que está lutando contra uma enfermidade, ou não sabe mais como fazer para pagar suas dívidas. Pode estar alguém que esteja pensando em se suicidar. Alguém que quer se comunicar com você, ouvir a sua voz, que seja apenas uma palavra de carinho ou de incentivo.
Há alguns anos atrás, quando ainda cursava a faculdade, uma colega minha estava se dirigindo para a sala de aula, quando percebeu que havia uma moça caminhando de um lado para o outro no hall do 12º andar, como se estivesse desorientada. Minha colega chegou-se até ela, colocou a mão em seu ombro e perguntou-lhe apenas: "você está se sentindo bem? Posso ajudá-la em alguma coisa?" A moça começou a chorar sem parar e assim permaneceu por vários minutos. Quando ela se acalmou, virou-se para a minha colega e disse: "Sabe? Se você não tivesse feito aquelas perguntas eu não estaria viva a esta hora. Eu subi aqui para me matar, jogando-me aqui de cima".
Sugiro, daqui para frente, aproveitando que o ano está só começando, que esteja mais atento, mais sensível, mais perceptivo ao receber um email, uma mensagem de voz no celular, ou mesmo um recado no seu blog. Tente captar a mensagem e, se possível, responder. Você poderá estar salvando uma vida, ou, no mínimo, ajudando-a a sair de uma situação difícil.
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